Mais de 2200 desempregados vão este verão trabalhar na prevenção de fogos florestais, no âmbito de um protocolo assinado entre os Ministros da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, e da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, Pedro Mota Soares, e o Secretário de Estado da Administração Interna, João Almeida, numa cerimónia realizada em Lisboa.
Preferencialmente são escolhidos desempregados de longa duração, beneficiários do rendimento social de inserção, os mais excluídos e os com mais dificuldades em regressar ao mercado de trabalho, afirmou o Ministro Pedro Mota Soares.
Estas pessoas vão receber 419 euros (com subsídios de refeição e transporte) numa operação que custa ao Estado 6,5 milhões de euros. Desde 2012, quando começou o trabalho social na defesa da floresta, até agora já envolveu quase três mil desempregados, de todas as regiões do País, disse o Secretário de Estado.
A importância do sector florestal para o bem-estar ambiental e social e o seu interesse para a economia nacional é por demais evidente, constituindo as florestas um dos recursos principais do nosso País.
As florestas têm uma ligação forte com o próprio sentir do ser português, sendo um valor identitário e comunitário essencial, com profundas e vastas raízes na cultura do nosso povo e no nosso património comum.
As florestas apresentam um conjunto de características insubstituíveis e essenciais para o nosso bem comum, uma vez que contribuem para a prevenção da erosão dos solos, colaboram para a regulação do clima e dos recursos hídricos, concorrem para a biodiversidade, combatem a desertificação, contribuem para o sequestro de carbono e proporcionam espaços de lazer e recreio.
Para além disso as florestas fornecem matéria-prima para um conjunto muito diversificado de sectores, fornecendo produtos diversos como a madeira, a cortiça, resina, a biomassa, a pasta base para a produção de papel.
Estes importantíssimos valores exigem particular e permanente atenção no sentido da proteção do património florestal, face à presença de diversas ameaças, sempre presentes e para as quais se exige alerta constante, designadamente os graves efeitos dos fogos, bem como das pragas e doenças, da necessidade de limpeza e tratamento e da necessidade de valorização e de recuperação através de campanhas de reflorestação.
Trata-se de um conjunto de tarefas que exigem meios alargados de intervenção e o envolvimento e empenhamento de recursos humanos e institucionais de diferentes proveniências.
De facto os riscos que impendem sobre a floresta, exigem uma ênfase na prevenção dos impactos negativos, por via da prevenção, detecção e vigilância, bem como, por outro lado, intervenções no propósito da atenuação dos danos e na recuperação de áreas atingidas por incêndios, doenças e pragas.
Tal como anteriormente, o Protocolo que será assinado inscreve-se num duplo objetivo. Por um lado, a valorização e a proteção da floresta. Por outro, a melhoria dos níveis de empregabilidade e a promoção da reinserção no mercado de trabalho dos cidadãos que se encontrem em situação de desemprego, através do desenvolvimento de trabalho socialmente necessário.
Com efeito, quer o Programa do Governo, quer o Compromisso para o Crescimento, Competitividade e Emprego, preveem o exercício de atividades socialmente úteis como forma de melhorar a transição do desemprego para o emprego e de fomentar a inclusão social de grupos mais vulneráveis e com menor escolaridade, com vista à promoção de uma efetiva integração profissional de públicos desfavorecidos.