2015-06-23 às 17:43

2200 DESEMPREGADOS DE LONGA DURAÇÃO VÃO TRABALHAR NA PREVENÇÃO DE FOGOS FLORESTAIS

Mais de 2200 desempregados vão este verão trabalhar na prevenção de fogos florestais, no âmbito de um protocolo assinado entre os Ministros da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, e da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, Pedro Mota Soares, e o Secretário de Estado da Administração Interna, João Almeida, numa cerimónia realizada em Lisboa.

Preferencialmente são escolhidos desempregados de longa duração, beneficiários do rendimento social de inserção, os mais excluídos e os com mais dificuldades em regressar ao mercado de trabalho, afirmou o Ministro Pedro Mota Soares.

Estas pessoas vão receber 419 euros (com subsídios de refeição e transporte) numa operação que custa ao Estado 6,5 milhões de euros. Desde 2012, quando começou o trabalho social na defesa da floresta, até agora já envolveu quase três mil desempregados, de todas as regiões do País, disse o Secretário de Estado.

A importância do sector florestal para o bem-estar ambiental e social e o seu interesse para a economia nacional é por demais evidente, constituindo as florestas um dos recursos principais do nosso País.

As florestas têm uma ligação forte com o próprio sentir do ser português, sendo um valor identitário e comunitário essencial, com profundas e vastas raízes na cultura do nosso povo e no nosso património comum.

As florestas apresentam um conjunto de características insubstituíveis e essenciais para o nosso bem comum, uma vez que contribuem para a prevenção da erosão dos solos, colaboram para a regulação do clima e dos recursos hídricos, concorrem para a biodiversidade, combatem a desertificação, contribuem para o sequestro de carbono e proporcionam espaços de lazer e recreio.

Para além disso as florestas fornecem matéria-prima para um conjunto muito diversificado de sectores, fornecendo produtos diversos como a madeira, a cortiça, resina, a biomassa, a pasta base para a produção de papel.

Estes importantíssimos valores exigem particular e permanente atenção no sentido da proteção do património florestal, face à presença de diversas ameaças, sempre presentes e para as quais se exige alerta constante, designadamente os graves efeitos dos fogos, bem como das pragas e doenças, da necessidade de limpeza e tratamento e da necessidade de valorização e de recuperação através de campanhas de reflorestação.

Trata-se de um conjunto de tarefas que exigem meios alargados de intervenção e o envolvimento e empenhamento de recursos humanos e institucionais de diferentes proveniências.

De facto os riscos que impendem sobre a floresta, exigem uma ênfase na prevenção dos impactos negativos, por via da prevenção, detecção e vigilância, bem como, por outro lado, intervenções no propósito da atenuação dos danos e na recuperação de áreas atingidas por incêndios, doenças e pragas.

Tal como anteriormente, o Protocolo que será assinado inscreve-se num duplo objetivo. Por um lado, a valorização e a proteção da floresta. Por outro, a melhoria dos níveis de empregabilidade e a promoção da reinserção no mercado de trabalho dos cidadãos que se encontrem em situação de desemprego, através do desenvolvimento de trabalho socialmente necessário.

Com efeito, quer o Programa do Governo, quer o Compromisso para o Crescimento, Competitividade e Emprego, preveem o exercício de atividades socialmente úteis como forma de melhorar a transição do desemprego para o emprego e de fomentar a inclusão social de grupos mais vulneráveis e com menor escolaridade, com vista à promoção de uma efetiva integração profissional de públicos desfavorecidos.

Tags: desemprego, floresta, solidariedade, trabalho