«Em tempos fáceis nada é difícil, é nos tempos difíceis que
somos chamados a um outro patamar de sentido de Estado e de
compromisso para com o País», afirmou o Ministro da Solidariedade,
Emprego e Segurança Social, Pedro Mota Soares, no seminário
internacional promovido pela UGT intitulado «O Diálogo Social Pela
Educação e Formação - Estratégias de intervenção e concertação para
o desenvolvimento e o emprego», em Lisboa.
Acrescentando que «tem sido este o caminho percorrido por
Portugal», o Ministro sublinhou: «O maior ativo dos portugueses é a
coesão, o entendimento, e a concertação entre os parceiros
sociais».
«Só por esta via se torna possível trilhar reformas profundas e
estruturais como as já implementadas pelo Governo», sublinhou Pedro
Mota Soares, lembrando que «nunca tinha sido celebrado um acordo
tão estrutural, extenso e profundo com os parceiros sociais quanto
este», e num «momento difícil para gerar equilíbrios, em que, tanto
o Governo, como os representantes dos trabalhadores e das empresas
sentiam o espartilho dos credores da troika».
E referiu: «Foi graças ao diálogo que avançámos num conjunto
profundo de reformas para alcançar um mercado de trabalho mais
ajustável à mudança da economia global, mais amigo da inovação, do
investimento e do empreendedorismo, e mais pródigo na criação de
emprego».
Afirmando que «foi o desemprego o ponto que mais motivou ao
consenso» entre Governo e parceiros sociais, o Ministro acrescentou
que este fenómeno foi «a herança mais dura a que tivemos de
responder nestes últimos anos».
Contudo, hoje «Portugal regista na União Europeia a maior
diminuição de desemprego, em termos homólogos», e «há mais 160 mil
portugueses empregados do que no 1.º trimestre de 2013», sendo esta
«uma tendência que se deve consolidar no futuro».
«Se temos sinais de recuperação económica e de crescimento,
muito se deve às reformas feitas em diálogo social», realçou Pedro
Mota Soares, referindo «medidas que alargaram a proteção de um
conjunto de trabalhadores, como o subsídio de desemprego para os
trabalhadores independentes, pequenos empresários, comerciantes e
empresários em nome individual».
E acrescentou: «Não foi uma negociação fácil, houve momentos
tensos e desafiantes, mas foi possível encontrar em determinados
parceiros sociais, a serenidade, o sentido de Estado e a
responsabilidade para levar a discussão a bom porto» e isto
«traduz-se atualmente num acréscimo de qualidade de vida, de
justiça e satisfação».
«A UGT tem sabido gerir bem o peso das responsabilidades, mas
tem sido extremamente valiosa para Portugal e para os trabalhadores
portugueses. Não queria deixar de enaltecer o importante papel que
a UGT tem tido neste momento vital para a construção de Portugal»,
concluiu.