35 anos do Serviço Nacional de Saúde, 15 setembro 2014
 
2014-09-15 às 19:35

«SE NÃO EXISTIR SUSTENTABILIDADE, NÃO EXISTIRÁ SNS»

«Se não existir sustentabilidade, não existirá Serviço Nacional de Saúde (SNS)», pelo que «garantir que o SNS se mantem sustentável foi e continuará a ser um desafio estrutural», afirmou o Ministro da Saúde, Paulo Macedo, no encerramento da comemoração dos 35 anos do SNS, em Lisboa, que incluiu vários antigos Ministros.

Sublinhando que «assegurar o acesso permanente e contínuo à inovação é um desiderato do qual o Governo não abdicará», o Ministro acrescentou: «Porém, saberemos separar a novidade da inovação, e não seremos contemplativos em relação aos interesses privados e corporativos».

«Há que criar um sistema de saúde mais transparente na organização, nos modelos, na prestação», referiu Paulo Macedo, lembrando que, durante um período de grave crise económica, «quando houve necessidade de responder com folgas orçamentais acumuladas, o SNS ainda teve de responder aos desequilíbrios acumulados».

Lembrando que «o SNS acompanhou a rápida alteração demográfica», Paulo Macedo afirmou: «Do especial enfoque nos cuidados de saúde materno-infantis, no início da década de 80, passámos para a procura de resposta às doenças crónicas e outras patologias relacionadas com os comportamentos e envelhecimento». «As infraestruturas foram sendo remodeladas e apostou-se em forte investimento na qualificação dos profissionais de saúde».

«Hoje, o SNS está na linha da frente de cuidados altamente diferenciados, como a transplantação e o tratamento das doenças virais ou como as doenças oncológicas e as tecnologias da reprodução medicamente assistida», exemplificou o Ministro, realçando: «É graças aos seus resultados que é possível termos ganho anos à doença».

Paulo Macedo referiu também que «a futura criação dos centros de referência e a sua integração em redes europeias de excelência de cuidados de saúde constituirá uma nova etapa na evolução deste SNS do século XXI». «De uma realidade nacional passamos hoje para uma realidade europeia, um desafio de competitividade internacional que Portugal tem sabido ganhar noutros sectores e que agora se alarga à saúde».

«O SNS afirma-se hoje, 35 anos depois de ter sido criado, não como um sistema exclusivamente voltado para o tratamento, mas como um sistema onde a prevenção deve ser assumida como instrumento de sustentabilidade», sublinhou o Ministro, acrescentando que o Governo organizou «9 programas prioritários com uma visão de futuro e de sustentabilidade a longo prazo».

Nestas áreas de maior relevo, «vamos manter uma abordagem assertiva dos determinantes de saúde fazendo mais pela alimentação dos portugueses, protegendo-os do tabagismo, combatendo as dependências e promovendo uma juventude mais afastada do uso excessivo de álcool», afirmou Paulo Macedo, referindo: «Aplicámos o princípio da saúde em todas as políticas» sendo exemplos disto: a revisão da legislação sobre o álcool e as medidas para a abolição das smart-shops.

«A saúde dos cidadãos depende do Ministério da Saúde, como depende de todos os outros Ministérios. Depende do Governo, como depende de todos os profissionais deste e doutros sectores. Depende de organizações de profissionais e de doentes. Depende, essencialmente, de pessoas». «Há que continuar por um melhor SNS. Este é o meu desafio e estou certo que é o vosso desafio», concluiu.

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