2014-04-15 às 11:18

«NÃO ERA POSSÍVEL UMA REFORMA EFICAZ NA JUSTIÇA SEM UMA VISÃO SISTÉMICA»

«A primeira atuação do Ministério da Justiça em relação à troika foi apresentar-lhe o seu próprio programa e, face ao memorando, demonstrar que não era possível fazer uma reforma eficaz sem uma visão sistémica», afirmou a Ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, em entrevista ao Jornal de Negócios.

Acrescentando que «a grande preocupação era a ação executiva», a Ministra explicou: «Para resolver realmente este problema, tinha de mexer na ação declarativa para que o sistema fosse harmónico e para que daqui a uns anos não surgissem novos problemas».

Das reformas realizadas no setor da justiça, Paula Teixeira da Cruz sublinhou que a necessidade de apostar em três pilares: «reorganização do sistema judiciário, um novo Código do Processo Civil, e uma nova tecnologia, que desse suporte a todo o sistema».

Quanto ao mapa judicial, «aproveitámos e aprofundámos algumas soluções do Governo anterior, designadamente, em matéria dos conselhos de gestão», referiu a Ministra.

Com entrada em vigor prevista para setembro, Paula Teixeira da Cruz afirmou: «Já estamos a trabalhar neste sentido. Isto passa por várias fases, começou por um sistema de recrutamento de magistrados para os órgãos de gestão das comarcas e, até agora, toda a calendarização está a ser cumprida, incluindo a adaptação das plataformas tecnológicas».

A Ministra referiu também que existe uma norma transitória no que ao novo estatuto dos magistrados diz respeito, «para acautelar que não haja nenhuma turbulência».

«Agora, falta a reforma administrativa. O Código do Procedimento Administrativo já está no circuito legislativo e a mesma filosofia que é aplicada aos tribunais é aplicada à Administração Pública: se um dirigente ou se alguma administração não cumpre um prazo previamente estipulado, indemniza o particular a quem tiver causado um dano», acrescentou.

Além dos códigos de conduta ética, com a reforma administrativa «introduz-se ainda o dever de boa gestão. Reduzem-se as formas de processo e introduzem-se prazos. Os expedientes dilatórios são eliminados e há uma aproximação ao Código de Processo Civil que será aplicado subsidiariamente», concluiu.

Tags: programa de assistência económica e financeira, justiça, tribunais, reformas estruturais

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