Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro, Carlos Moedas
 
2014-03-14 às 11:48

«DEVEMOS ESTAR CONCENTRADOS NA FINALIZAÇÃO DO PROGRAMA E EM PROVAR QUE PORTUGAL MUDOU»

A proposta de reestruturação da dívida pública portuguesa «mostra pouco conhecimento daquilo que é a estrutura da própria divida», afirmou o Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro, Carlos Moedas, após a conferência subordinada ao tema «Portugal: construir um futuro sustentável», em Bruxelas. Durante a sua intervenção da conferência, o Secretário de Estado sublinhara que a dívida portuguesa é sustentável.

Carlos Moedas acrescentou aos jornalistas, que «um terço dessa divida é divida que está nos residentes portugueses, ou seja, nos bancos portugueses, na segurança social portuguesa. Outro terço dessa divida é divida que é parte desta nossa relação com a troika, portanto dívida oficial. Por isso, é um bocadinho surpreendente que, nesta altura, neste momento, se venha falar de um assunto que não tem qualquer razão de ser, até porque estaríamos a dizer que iríamos reestruturar a divida também dos nossos bancos, da nossa segurança social»

Isto, prosseguiu, «não faz qualquer sentido», e «é a mensagem errada no momento errado»: «Não é o momento, é o momento exatamente errado, algo que não tem qualquer lógica para o nosso futuro. Devemos estar concentrados na finalização do programa, em provar que Portugal mudou».

O Secretário de Estado referiu também que defendeu a mesma posição numa situação completamente diferente, em 2010, quando «o País estava a atravessar uma crise e em que se não fizesse nada teria que ir por esse caminho» de reestruturação da dívida externa que «se estava a acumular a 10% ao ano» e, a continuar, ia conduzir Portugal à «situação de bancarrota». «Felizmente, o país escolheu outro caminho, e este caminho não é o caminho da reestruturação da dívida».

Nesta altura, não «não imaginava o futuro», afirmou Carlos Moedas. «Felizmente, houve a capacidade em Portugal de entrar por um caminho que era o caminho que evita essa reestruturação. Esse é o caminho da sustentabilidade» e «o contexto de hoje, felizmente para os portugueses, é um contexto muito diferente: É um contexto em que, exatamente, escolhemos um caminho de reformas e um caminho que nos permite hoje olhar para os nossos credores, para os nossos parceiros internacionais, com confiança no futuro».

Tags: dívida, programa de assistência económica e financeira