Estado da Nação, 8 julho 2015
 
2015-07-08 às 18:03

«OLHANDO PARA OS OBSTÁCULOS QUE AINDA NOS FALTAM SUPERAR, CONTINUO A CRER QUE O FUTURO DE PORTUGAL ESTÁ NAS NOSSAS MÃOS»

«Em Portugal, desde 2011, muito foi feito e muito persiste ainda fazer», afirmou o Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho, acrescentando: «Contudo, perseverámos e não falhámos. Hoje, quatro anos volvidos, e olhando para os obstáculos que ainda nos faltam superar, continuo a crer que o futuro de Portugal está nas nossas mãos». Estas declarações foram feitas no debate do Estado da Nação, na Assembleia da República.

O Primeiro-Ministro afirmou que, desde o primeiro momento, «o Governo abraçou o princípio da responsabilidade, permitindo-nos hoje ter uma confiança renovada. Também a nível europeu esta é a via seguida. A união económica e monetária quer, exatamente, recuperar os ideais de segurança económica e de liberdade cívica de todos os cidadãos».

Lembrando que, «enquanto lançámos mãos às tarefas urgentes que tínhamos pela frente, com o cumprimento do programa de ajustamento, preparámos também o País para as contingências que o futuro pudesse trazer», o Primeiro-Ministro referiu que «hoje, sabemos que a estratégia de rigor, de crescimento e de credibilidade foi a mais acertada para proteger os portugueses nas suas vidas quotidianas, devolvendo-lhes um horizonte de maior prosperidade e justiça».

«E isto faz toda a diferença, pois, hoje a discussão em Portugal já não é o crescimento do desemprego, o tumulto financeiro, a insegurança das poupanças, o desaparecimento de empresas e setores de atividade, é de quanto é que a economia vai crescer, qual o ritmo de descida da taxa de desemprego ou a que velocidade se processa o investimento», acrescentou.

Pedro Passos Coelho afirmou ainda: «Não resolvemos todos os problemas, mas - quando medimos a dimensão da crise que se abateu sobre Portugal em 2011 - qualquer espectador neutro poderá avaliar aquilo que conseguimos realizar enquanto País. E, como coletividade, superámo-nos. Foram todos os portugueses que, independentemente das suas convicções políticas, nunca desistiram».

«Há mais de um ano, concluímos o programa de ajustamento sem recorrer a novas ajudas cautelares. O nosso patamar atual é outro, incluindo reembolsos antecipados para poupar juros e encerrarmos o mais rapidamente possível esta página da nossa História», acrescentou.

O Primeiro-Ministro referiu também: «Emprego e crescimento assentam finalmente em bases sustentáveis. A economia cresce a par da consolidação orçamental, diversificámos mercados e reinventámos sectores tradicionais. Empreendemos um conjunto corajoso de reformas estruturais que tornaram o Estado naquilo que deve ser – um instrumento imparcial, que não favorece nenhum grupo em particular».

«A taxa de desemprego está hoje em níveis semelhantes aos de julho de 2011. Criámos dezenas de milhar de postos de trabalho e assim continuaremos, para dar oportunidades a todos os portugueses - incluindo aqueles que saíram do País e queiram agora voltar. E aqui quero sublinhar o papel crucial que as comunidades portuguesas no estrangeiro tiveram na recuperação em curso», afirmou.

Pedro Passos Coelho acrescentou: «Criar mais trabalho qualificado, conciliando o sistema educativo com as necessidades da economia, é o nosso maior desafio e ambição».

«Consolidação orçamental e recuperação económica nunca estiveram em contradição, pelo contrário», referiu ainda o Primeiro-Ministro, afirmando que, «por este motivo, é hoje possível desagravar algumas das medidas de austeridade sobre os funcionários públicos e projetar uma redução de impostos num futuro próximo».

Pedro Passos Coelho realçou que «foi a firmeza que nos permitiu chegar aos anos de recuperação que estamos agora a começar a viver».

«Chegados ao final da legislatura, há que fazer um balanço para preparar o futuro, que olhamos com uma confiança que o País já não tinha há muito tempo. Na Europa e no mundo, enfrentamos inúmeras incógnitas e incertezas», e «o pior que se pode fazer nessas circunstâncias é somarmos a elas a nossa própria incerteza e desorientação». Por isto, «precisamos de nos centrar no essencial, com uma abordagem realista e com objetivos bem definidos», acrescentou.

O Primeiro-Ministro concluiu afirmando que «há que ver para além da situação presente, norteando as políticas para os fins últimos de qualquer democracia – conquista de estabilidade e de maior justiça para todos os portugueses. E cortar na despesa pública é salvaguardar estes objetivos», para continuarmos a reduzir o défice e começarmos a reduzir a dívida pública.

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