Zona Euro, 7 julho 2015
 
2015-07-07 às 23:53

«É URGENTE E INDISPENSÁVEL QUE SEJA RETOMADA A RELAÇÃO DE CONFIANÇA E PREVISIBILIDADE» ENTRE A GRÉCIA E A ZONA EURO

«Do ponto de vista político, é urgente e indispensável que seja retomada a relação de confiança e previsibilidade entre as partes», afirmou o Primeiro-Ministro no final da cimeira da zona euro, em Bruxelas. «Do ponto de vista económico, o ponto em que nos encontramos hoje é incomparavelmente pior do que aquele que nos encontrávamos em janeiro, e, por isso, um eventual acordo implicará um muito maior compromisso financeiro do lado dos parceiros da Grécia, provavelmente duas vezes maior, e uma grande capacidade de implementação por parte do Governo grego, com novos sacrifícios do povo grego», acrescentou Pedro Passos Coelho.

O Primeiro-Ministro afirmou ainda que «todos temos a noção clara de que a situação se deteriorou o suficiente para que essas medidas exijam um esforço muito grande por parte de quem as vai executar, quer na dimensão estrutural - o esforço estrutural hoje é muito mais ambicioso do que teria sido há meio ano atrás -, mas do ponto de vista dos objetivos estritamente orçamentais o esforço também terá que ser maior».

Pedro Passos Coelho referiu que o Governo da Grécia informou que apresentará no prazo de dois dias um «programa com todas as medidas de natureza financeira e de natureza estrutural» para o terceiro programa de assistência, para que possa ser avaliado pelo Eurogrupo.

O Primeiro-Ministro lamentou que as negociações se tenham arrastado por quase meio ano, forçando a que um novo programa tenha que ter «uma ambição maior» nas reformas. Contudo, se não for possível concluir um acordo até domingo será necessário preparar outros cenários: «Estamos a falar de uma situação muito grave e muito urgente para resolver. E ela tem de ser resolvida de acordo com este calendário. Se até ao final da semana não for possível chegar a um entendimento, então, quer o Governo grego quer a zona euro terão que se preparar para o pior».

Sublinhando que «o objetivo, mais uma vez, é chegar a um resultado positivo, porque ninguém tem nada a ganhar com uma situação que não seja a de um entendimento», Pedro Passos Coelho admitiu todavia que a saída da zona euro da Grécia é possível, atendendo a que não foi possível encontrar um meio de entendimento após «mais de cinco meses de negociações».

Caso não seja possível encontrar um entendimento, todos têm consciência de que serão tomadas «todas as medidas que forem necessárias para preservar a integridade da zona euro e da moeda única», dispondo a zona euro de «diferentes instrumentos, comparativamente a 2010, para este tipo de situação».

«Não tenho nenhuma dúvida - disse ainda o Primeiro-Ministro -, no que me diz respeito, de que haveria uma resposta pronta e robusta da zona euro que defenderia a situação dos países da zona euro. Mas continuamos todos a preferir, e dizemo-lo com sinceridade, que seja possível chegar a um bom resultado».

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