Juventude, 1 julho 2015
 
2015-07-01 às 21:03

PORTUGAL VOLTARÁ A SER SOLIDÁRIO COM A GRÉCIA

O Primeiro-Ministro afirmou que «até hoje Portugal emprestou cerca de 1100 milhões de euros, e se a Grécia vier a precisar de mais ajuda europeia é natural que ela seja veiculada pelo Mecanismo Europeu de Estabilidade, que vai buscar esse dinheiro ao sistema financeiro», pelo que Portugal será, com todos os outros países, solidário com a Grécia. Pedro Passos Coelho, que fez esta declaração no final da cerimónia de entrega do Selo de Qualidade do Conselho da Europa ao Centro de Juventude de Lisboa, acrescentou que «todos os cidadãos europeus são credores da Grécia», lembrando que a Grécia recebeu «mais do que o dobro que Portugal ou a Irlanda».

O Primeiro-Ministro salientou a importância de um entendimento que «restitua a esperança aos gregos» depois de concluído o referendo marcado para 5 de julho. «Depois desse referendo, haverá lugar a negociações visando, não como até aqui, o prolongamento de um programa que terminou, mas eventualmente encontrar uma saída para um terceiro programa que responda aos problemas que existam na Grécia».

Pedro Passos Coelho manifestou a esperança de que «no futuro seja possível chegar a um entendimento», acrescentando que «não há nenhum chefe de Estado e de Governo na Zona Euro que não comungue da preocupação com o que se está a passar», recordando que «a posição que o Eurogrupo assumiu foi unânime», e que qualquer intenção de «atribuir responsabilidades negociais a um país ou a outro não cola com o próprio processo», uma vez que as negociações são conduzidas pelas entidades da troika.

Sobre o referendo grego, o Primeiro-Ministro disse que «é um referendo que tem importância dentro da vida política e constitucional da Grécia. Portanto, não quero estar desvalorizar o referendo nem o seu resultado, mas também não tenho de interferir nesse processo. Era amplamente desejável que os países europeus se abstivessem de fazer comentários sobre essa situação, ao nível dos seus Governos, dos seus dirigentes, para não interferir no próprio processo de escolha que cabe ao povo grego», acrescentou.

Pedro Passos Coelho esclareceu ainda que «uma vez que não houve entendimento» sobre a extensão do segundo programa, a base sobre a qual se estava a negociar «faz parte da história», tendo ficado concluído no dia 30 de junho. Agora, e porque «as necessidades de financiamento da Grécia existem qualquer que seja o Governo grego e qualquer que seja o resultado do referendo», poderá ser feito «um pedido de terceiro programa», mas «esse é um processo que ainda não se iniciou» e que terá de esperar pelo referendo convocado pelo Governo grego.

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