O Primeiro-Ministro voltou a afirmar a importância da construção de «uma verdadeira união financeira» europeia, no debate parlamentar preparatório do próximo Conselho Europeu. Pedro Passos Coelho acrescentou que «em face da situação que se está a viver, é indispensável procurar ainda uma saída mais robusta institucionalmente, mais resiliente, para a zona euro».
Desta solução faz parte a criação de «um Fundo Monetário Europeu, que esteja à disposição de uma presidência permanente do Eurogrupo, que possa conviver com um Conselho de Finanças Públicas em simultâneo, de modo a criar um quadro institucional de gestão de crises que coloque o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional no seu papel natural».
Sobre a situação grega, o Primeiro-Ministro manifestou o desejo de que não haja «nenhum rompimento de negociações entre o Eurogrupo e a Grécia», apesar de que «está patente que ao longo destes meses nós não nos temos aproximado de uma solução».
«Eu gostaria muito que a Europa não tivesse de passar por um acidente com a Grécia, mas volto a dizer, como tenho dito: nós precisamos de encontrar as soluções dentro dos quadros institucionais e das regras europeias. E não é possível fechar um acordo político, nem entre Ministros das Finanças, nem entre Chefes de Estado e de Governo, se esse conjunto de regras não for observado. E, nessa medida, eu creio que está sobretudo nas mãos do Governo grego poder concluir estas negociações de forma favorável para todos», disse ainda.
Pedro Passos Coelho referiu-se também ao acolhimento de migrantes - outro dos assuntos do Conselho Europeu -, afirmando «abertura relativamente à proposta da Comissão», mas desejando que o crescimento económico e o nível de desemprego sejam tidos em conta na distribuição dos imigrantes entre os diversos países, recusando os números propostos.