Visita ao Japão, 27 março 2015
 
2015-03-27 às 17:41

PORTUGAL APOIA CONCLUSÃO RÁPIDA DO NOVO ACORDO COMERCIAL ENTRE A UE E O JAPÃO

O Primeiro-Ministro reafirmou «a posição do Governo português favorável à conclusão tão rápida quanto possível do novo acordo comercial entre a União Europeia e o Japão» que deverá facilitar as trocas comerciais, através da redução de barreiras. Pedro Passos Coelho fez esta afirmação durante a declaração conjunta com o Primeiro-Ministro japonês Shinzo Abe, no final de uma reunião entre ambos, no segundo dia da vista oficial ao Japão.

 Os dois Chefes de Governo anunciaram também que Portugal e o Japão vão colaborar na área da segurança marítima e do combate à pirataria: «Manifestámos uma posição muito convergente quanto à necessidade de intensificar, com base no direito marítimo internacional, a luta contra a pirataria», afirmou o Primeiro-Ministro português.

Shinzo Abe referindo que os dois países - ambos com «uma história comum como nações com vocação marítima, abençoados com um oceano» -, concordaram «em fomentar a cooperação na área da segurança marítima, através de uma parceria no combate à pirataria, assim como a participação das autoridades japonesas, com o estatuto de observador, num exercício conjunto».

O Primeiro-Ministro português manifestou satisfação pela participação do Governo japonês na semana azul dedicada à economia dos oceanos, que o Governo organiza em junho: «Procuraremos atrair para essa semana azul não apenas Governos mas também organizações não-governamentais, empresas, investigadores, que nos possam ajudar a criar uma economia mais sustentada, quer para os oceanos, quer para as nossas populações», disse.

Pedro Passos Coelho acrescentou que «há muitas empresas japonesas que têm um conhecimento muito avançado sobre o mar, que não deixaremos de cruzar com o conhecimento que vai sendo adquirido ao nível de estruturas portuguesas, que nos permitirão fazer uma gestão mais ambiciosa não apenas dos recursos marítimos mas de toda a economia do mar», havendo «oportunidades que podem ser exploradas no âmbito das tecnologias da informação e do conhecimento, e de tudo o que envolve o chamado crescimento verde, que se traduz no melhor aproveitamento das renováveis mas também na utilização da eficiência energética».

Aludindo aos mais de 470 anos de contacto entre os dois povos e aos mais de 150 anos de relações diplomáticas, o Primeiro-Ministro disse esperar que «os próximos 500 anos possam reservar a nações tão antigas como Portugal e o Japão um mar de oportunidades para explorar e devolver com base na confiança mútua e numa perspetiva de maior prosperidade e maior crescimento no futuro».

O Primeiro-Ministro japonês declarou que «gostaria de estreitar as relações bilaterais, em todos as áreas - política, económica, cultural, do contacto entre os povos -, com base no resultado da visita do Primeiro-Ministro, e visando os 500 anos da amizade luso nipónica a ser comemorados em 2034».

Os dois Primeiros-Ministros presidiram também à assinatura de memorandos de entendimento entre as duas agência de comércio externo e investimento e sobre mobilidade de jovens.

Pedro Passos Coelho - que foi também recebido pelo Imperador - esteve, durante a manhã, numa reunião com empresas (as quais Mitsubishi, Toshiba, Murabeni, Sako, BNP Paribas Japão, Nomura, Toyota e Sumitomo Seguros de Vida) na Confederação Empresarial nipónica.

Nesta reunião, o Primeiro-Ministro afirmou que «há excelentes razões para as empresas japonesas continuarem a investir em Portugal», tendo apresentado dados financeiros, como o decréscimo dos juros da dívida e a amortização antecipada ao Fundo Monetário Internacional, e económicos, como o aumento das exportações e a redução do desemprego.

Além disto, «o atual processo de privatizações em Portugal oferece uma série de oportunidades de investimento que as empresas japonesas poderão considerar, nomeadamente na área dos transportes».

Referindo-se às oportunidades de investimento, o Primeiro-Ministro apontou o setor agroalimentar e o das pescas, nos quais já existem importantes investimentos japoneses, que podem ser ampliados, nomeadamente na região do Alqueva, uma «área de produção frutícola muito boa e que tem hoje condições de irrigação incomparáveis».

Também «a desejada extensão dos limites da plataforma continental abrirá perspetivas de investimento, por exemplo, nos recursos de fundo marinho, nomeadamente na exploração de minério», referiu, acrescentando a exploração de concessões portuárias, como a projetada para Lisboa.

Recordando que «Portugal, como mostrou nos últimos anos, tem uma resiliência política e social muito grande e que esse é um fator distintivo» quando se compara «a economia portuguesa com outras economias, mesmo no espaço europeu», o Primeiro-Ministro acrescentou que está convencido que «saberemos manter nos anos mais próximos essa grande resiliência, com uma grande previsibilidade política, económica e social».

«Tudo isto, associado aos grandes esforços de reforma económica, (...) apontará para que Portugal possa ser realmente uma das nações mais competitivas do mundo, com grande dinamismo, grande abertura à inovação e com grande potencial de crescimento económico», sublinhou.

Afirmando que «em 2014 foi já possível começar a ver os positivos resultados das reformas» executadas pelo Governo, Pedro Passos Coelho referiu que essas reformas «exigiram do povo português elevados sacrifícios», que «os portugueses suportaram sem pôr em causa a paz social».

O Primeiro-Ministro interveio ainda na abertura do seminário sobre crescimento verde, com o tema «Cidades inteligentes, soluções inteligentes, no qual afirmou que «a área da mobilidade elétrica é incontornável» para os dois países, referindo o forte investimento do Governo japonês no setor e os «importantes avanços realizados ao nível da inovação, da indústria de produção destes veículos e dos desenvolvimentos já atingidos, nomeadamente no segmento das baterias».

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