Investimento industrial, 24 novembro 2014
 
2014-11-24 às 12:52

«OS 21 MIL MILHÕES DE EUROS DO PORTUGAL 2020 SERÃO DECISIVOS PARA O CRESCIMENTO DA ECONOMIA»

«Os 21  mil  milhões de euros do Portugal 2020 serão decisivos para o crescimento da economia», afirmou o Primeiro-Ministro, acrescentando que o Governo está a preparar os concursos para garantir que, «no essencial, não haverá atraso no aproveitamento dos novos fundos comunitários». Pedro Passos Coelho discursava nos Paços do Concelho de Vagos, antes de uma visita a três empresas.

Portugal será dos primeiros países a ver os seus programas operacionais aprovados pela Comissão Europeia, referiu o Primeiro-Ministro, acrescentando que «temos o acordo com a Comissão Europeia aprovado e estamos na iminência de ter aprovados os programas operacionais -, que contávamos estarem aprovados em outubro», mas  que  se atrasou «com as mudanças na Comissão Europeia».

Pedro Passos Coelho sublinhou que «a lógica dos fundos perdidos acabou» e que para «evitar erros passados os financiamentos devem ser reembolsados e os projetos terão de ter cabeça, tronco e membros, para ao fim de algum tempo conseguirem libertar os meios para os pagar». O objetivo é que todo o investimento tenha retorno, sendo que a diferença em relação à banca é que as empresas não vão pagar juros desse dinheiro.

Este dinheiro ficará à guarda da Instituição Financeira de Desenvolvimento, à qual caberá garantir que os recursos serão canalizados para os projetos com maior interesse estratégico, sem com isso significar que seja montada uma estrutura pesada de avaliação. «Essas competências já existem no sistema financeiro; o que vamos é garantir que essa avaliação tem em conta o interesse nacional e não o interesse para a banca», declarou.

O Primeiro-Ministro reafirmou o empenho do Governo em criar um ambiente favorável às empresas e ao investimento, dando como exemplo a reforma do IRC: «Baixámos a taxa de 25 para 23%, o que estamos a cumprir. Em 2015 será reduzida para 21%, havendo a perspetiva de a situar entre os 17% e os 18% até 2018, o que colocará Portugal entre os países fiscalmente mais competitivos», referiu.

Pedro Passos Coelho referiu ainda que a confiança dos mercados na economia portuguesa está a regressar, exemplificando com o investimento estrangeiro nas novas fábricas que visitou e com a colocação de dívida portuguesa: «Ainda há duas semanas conseguimos colocar dívida a 10 anos à melhor taxa jamais paga e 90% foi tomada por estrangeiros e não pela banca portuguesa, o que é um selo de confiança no futuro».

Durante a visita às empresas, o Primeiro-Ministro afirmou que o esforço imposto aos portugueses nos últimos anos «permite sonhar mais alto do que até aqui», compreendendo que as pessoas «tenham pressa porque essa melhoria ainda não toca nas famílias». Contudo, o Governo «quer andar com segurança para não deitar tudo a perder», referindo que para desagravar o IRS é preciso primeiro gerar rendimento e emprego.

«Hoje há mais confiança. Ainda não temos o emprego a nível desejável, mas a ideia de que o desemprego só baixa porque as pessoas emigram, é falsa», declarou Pedro Passos Coelho, que recordou que Portugal é um país de emigração desde há muitos anos e «hoje não é muito diferente de 2007 ou 2008».

«Estamos a criar mais emprego do que há dois anos e as novas empresas, que criam emprego, são mais do que as que não aguentaram a crise», sendo necessário mas investimento reprodutivo e assente em chão sólido, «com mais inovação, para ajudar a economia a crescer de forma firme e sustentável».

O Primeiro-Ministro destacou ainda a necessidade de reduzir o volume da dívida pública, para que não seja considerado arriscado fazer investimentos no País: «Temos de, nos próximos anos, reduzir paulatinamente o stock da dívida, e esse é o guião de qualquer governo».

Pedro Passos Coelho visitou a Grupel, empresa que se dedica ao fabrico de geradores elétricos - e que investiu recentemente na construção de uma nova fábrica, aumentando a capacidade produtiva para cinco mil grupos anuais, tendo iniciado em 2013 o processo de internacionalização para Angola, com o objetivo de se afirmar como uma das empresas de referência na área dos geradores daquele país -, a Plafesa, uma multinacional espanhola de produção de aço de carbono para a indústria, nomeadamente do setor automóvel, e a Ria Blades, empresa produtora de pás para torres eólicas que tem em curso a ampliação de instalações e perspetiva recrutar até março de 2015 mais de 470 trabalhadores.

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