Primeiro-Ministro do Japão, 2 maio 2014
 
2014-05-02 às 21:43

PRIMEIRA VISITA DO PRIMEIRO-MINISTRO DO JAPÃO A PORTUGAL

O Primeiro-Ministro recebeu o seu homólogo japonês, Shinzo Abe, numa visita histórica, uma vez que foi a primeira vez que um chefe de Governo do Japão se deslocou a Portugal. «Sabemos que os laços que nos unem são fortes e ancestrais, assentes em valores e princípios fundamentais, tendo sido comemorados no ano passado os 470 anos dos primeiros contactos entre Portugal e o Japão. Homenageando este nosso passado comum particularmente marcante, o senhor Primeiro-Ministro Abe terá amanhã [dia 3] oportunidade de visitar Sintra e Évora, reconstituindo parte do percurso que uma missão de jovens missionários japoneses efetuou ao nosso país há mais de 430 anos», referiu Pedro Passos Coelho.

Os dois Primeiros-Ministros estiveram reunidos com as respetivas delegações numa sessão de trabalho que identificou interesses comuns:«a vertente económica ocupou grande parte» da reunião, afirmou Pedro Passos Coelho, acrescentando que «os investimentos mais recentes de empresas japonesas em Portugal são um sinal claro de confiança na economia portuguesa».

O Primeiro-Ministro afirmou também o empenho de Portugal na conclusão do Acordo de Parceria Económica e no Acordo de Comércio Livre entre a União Europeia e o Japão, esperando que haja novos desenvolvimentos «já no quadro da Cimeira entre a União Europeia e o Japão que terá lugar no próximo dia 7 de maio». Referindo-se à «vontade dos dois Governos em melhorar o clima de negócios», apontou «a recente entrada em vigor do acordo de dupla tributação e o levantamento do embargo japonês à importação dos produtos portugueses de origem suína».

Pedro Passos Coelho elogiou «o rumo que o Primeiro-Ministro Abe está a dar à economia do Japão, que tem contribuído para a dinâmica de recuperação mundial», acrescentando que «apreciamos igualmente a sua determinação em reforçar cooperação com União Europeia no âmbito da segurança e da defesa».

O Primeiro-Ministro japonês referiu que «passaram cerca de 470 anos desde que se iniciaram os intercâmbios entre os dois países», afirmando-se «profundamente emocionado por poder visitar Portugal pela primeira vez como Primeiro-Ministro do Japão e gostaria de louvar os esforços do povo português, que comemorou os 40 anos da revolução democrática na semana passada». Shinzo Abe referiu ainda que convidou o Primeiro-Ministro português para visitar o Japão, convite que foi aceite.

Abe afirmou a importância de Portugal como parceiro «porque compartilhamos valores básicos, como a democracia, as regras da lei que asseguram a liberdade marítima, além de diversos interesses económicos». Por isto, «chegámos a um acordo para aprofundarmos as nossas parcerias na cooperação de segurança, incluindo medidas contra piratas, e na cooperação para a assinatura, quanto antes, do Acordo de Livre Comércio Internacional com a União Europeia e do Acordo de Parceria Económica entre o Japão e Portugal».

Os dois Governos discutiram também o aprofundamento da parceria do Japão com os países de língua portuguesa, através da participação japonesa, com o estatuto de obseervador, na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), um desejo ao qual Portugal expressou apoio.

Os dois Governos decidiram também promover a cooperação no domínio das energias renováveis - o setor é ainda incipiente no Japão que baseou a sua produção energética no nuclear - e da produção de bens alimentares, havendo alguns projetos japoneses para importação de produtos habituais em Portugal mas pouco produzidos no Japão.

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