Debate quinzenal, 4 outubro 2013
 
2013-10-04 às 12:07

«TEMOS PRATICAMENTE TODAS AS CONDIÇÕES REUNIDAS PARA PODERMOS CONCLUIR O PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA ECONÓMICA E FINANCEIRA COM SUCESSO»

«É minha convicção que temos praticamente todas as condições reunidas para podermos concluir o programa de assistência económica e financeira com sucesso», afirmou o Primeiro-Ministro na abertura do debate quinzenal, dedicado às 8.ª e 9.ª avaliações do programa, na Assembleia da República. Pedro Passos Coelho afirmou que se aproxima o «momento da verdade», pelo que «todas as instituições portuguesas» deve ter «uma noção clara do momento histórico» que o País atravessa e todos deverão estar ao melhor nível para que as dificuldades sejam ultrapassadas e «para que a confiança regresse duradouramente a Portugal».

«Hoje sabemos que estamos a chegar àquele ponto importante em que precisamos de saber se implementamos, de facto, ou não, as medidas que são indispensáveis para que Portugal possa permanecer no euro, respeitando o pacto orçamental e as orientações de disciplina orçamental que nele estão contidas e importadas para a nossa lei de enquadramento orçamental, ou se não respeitaremos essa obrigações e impomos ao País custos maiores e mais graves do que aqueles que tivemos até hoje», afirmou.

«Estamos, portanto, a chegar ao tempo em que precisamos de separar com muita clareza aqueles que querem ajudar o País - não é ajudar o Governo, é ajudar o País - a ultrapassar esta situação difícil que está ao nosso alcance ultrapassar e aqueles que entendem que o País não deve cumprir os seus compromissos, deve aligeirar as suas condições e, nessa medida, impor ao País um custo excessivo e desnecessário», declarou ainda o Primeiro-Ministro.

Pedro Passos Coelho afirmou também que «hoje sabemos que a nossa economia, durante este ano - como era a nossa previsão -, conseguiu inverter o seu declínio. O segundo trimestre deste ano foi francamente positivo e temos já dados objetivos que nos permitem acreditar que o terceiro trimestre será também ele positivo».

Esta situação «permite-nos olhar para o cenário macroeconómico que saiu destas duas avaliações de uma forma realista. Nós atingiremos este ano uma recessão menor do que a que estava estimada - 1,8% contra 2,3 inicialmente previstos - e deveremos alcançar em 2014 um crescimento efetivo». O facto de a «perspetiva recessiva da economia» já não ser tão negativa como prevista na 7.ª avaliação é muito relevante e teve resultados práticos na avaliação por perspetivar um resultado positivo para o fim do processo de ajustamento.

Outro aspeto que contou foi a «posição excedente de disponibilidade de financiamento sobre o exterior» alcançada por Portugal.

Um terceiro aspeto é que os números do desemprego «há pelo menos 6 meses apontam para a redução contínua, estando o País hoje ao mesmo nível do que há um ano atrás», o que significa que «houve criação líquida de emprego, sobretudo entre os mais jovens», sendo a recuperação de emprego «essencial para manter a coesão social do País».

O Primeiro-ministro acrescentou que se trata «de um dos resultados históricos mais importantes para o nosso País, que é hoje reconhecido pelos nossos parceiros europeus e pelos mercados».

Contudo, «o País ainda tem, do ponto de vista do Estado, um endividamento que é elevado e que precisa de diminuir para futuro, gerando excedentes primários para o garantir, mas o País na sua totalidade não está a viver acima das suas disponibilidades, pelo contrário, o País está a garantir uma posição excedentária sobre o exterior. Esta é uma condição essencial para que seja bem-sucedida uma estratégia de retorno a mercado, ganhando a confiança dos investidores».

Nas respostas às perguntas dos deputados, o Primeiro-Ministro afirmou que não há qualquer retroatividade na convergência das pensões do regime da Administração Pública  com o regime geral: «O Governo não fará nenhum corte retroativo nas pensões. Os pensionistas não precisarão de devolver nenhuma das pensões que receberam», afirmou.

Haverá «uma distribuição tão equitativa quanto possível dos sacrifícios», afirmou Pedro Passos Coelho. «Apenas 2,8% dos pensionistas estão hoje sujeitos à contribuição extraordinária de solidariedade. Destes, apenas um pequeno grupo estará sujeito à convergência das pensões do sistema público para o regime geral da segurança social».

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