Primeiro-Ministro sueco, 27 março 2013
 
2013-03-27 às 18:45

«PORTUGAL E A SUÉCIA TÊM UMA VISÃO MUITO APROXIMADA DO QUE É NECESSÁRIO FAZER» NESTA CRISE

«Portugal e a Suécia têm uma visão muito aproximada do que é necessário fazer para atravessar esta situação de crise e para a vencer», afirmou o Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho, no Porto, onde teve início a visita oficial do Primeiro-Ministro sueco, Fredrik Reinfeldt.

Acrescentando que «a Suécia tem sido um importante apoio, político e diplomático, quer no contexto europeu, quer fora da Europa», o Primeiro-Ministro referiu ainda que «Portugal tem despertado o interesse do investimento sueco ao longo dos anos».

Realçando que «a Suécia é um parceiro muito importante de Portugal e das empresas portuguesas», Pedro Passos Coelho comparou as mudanças ocorridas na Suécia àquelas por que Portugal está a passar: «São necessárias reformas microeconómicas mais profundas, bem como uma maior abertura económica e comercial, sendo também preciso aprofundar o mercado interno europeu quanto aos serviços», que é uma área se tem mantido fora deste circuito.

Sublinhando a importância do País ganhar «padrões de crescimento mais saudáveis» face aos dos últimos anos, o Primeiro-Ministro lembrou: «Estamos numa situação com muitas variáveis de incerteza, com a crise de Chipre, o que demonstra a relevância de manter a estabilidade na União Europeia, para impedir que possam tornar a existir situações semelhantes a esta no futuro».

Referindo-se ao impacto negativo que a fragmentação dos mercados financeiros tem em países como Portugal - sobretudo numa situação em que é preciso investimento em condições competitivas - Pedro Passos Coelho explicou que «esta fragmentação dos mercados cria problemas de financiamento às empresas dos países como Portugal, sendo necessária uma resposta financeira que normalize as condições de financiamento, ou seja, uma união bancária».

O Primeiro-Ministro afirmou que «esta é uma discussão urgente para Portugal, mas que deve abranger toda a União Europeia, e não apenas os países da zona euro, de modo a que se possa chegar a um resultado equilibrado em todo o espaço europeu».

Relativamente à propagação da crise de Chipre a outros países sujeitos a programas de assistência financeira, Pedro Passos Coelho assegurou: «Não existe risco de perturbação no sistema financeiro, e espero que não haja tentativas de provocar a desconfiança entre os depositantes. Chipre é um caso muito particular e não é exemplo para outros países».

Fredrik Reinfeldt referiu que «a Suécia passou por situações complicadas semelhantes às que Portugal está a passar. Conseguiu superá-las através de medidas de reforma estrutural pouco populares, mas que permitiram aumentar a competitividade».

E concluiu: «O aspecto orçamental torna-se cada vez mais importante porque as economias abertas serão mais vulneráveis aos mercados se tiverem défices altos».

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