O Governo Português lamenta profundamente o agravamento da situação de crise institucional na Guiné-Bissau que resultou na demissão do Governo, apesar dos reiterados apelos de vários atores políticos e da sociedade civil guineenses, bem como da comunidade internacional, todos no sentido da preservação da estabilidade institucional e da salvaguarda da governabilidade do país.
Neste momento particularmente difícil, o Governo Português reitera o apelo a todos os atores políticos guineenses para que sejam rapidamente ultrapassadas as divergências existentes através do diálogo, de forma construtiva e no respeito pela Constituição. Só dessa forma se evitará por em causa os progressos alcançados com o regresso à normalidade democrática, na sequência dos atos eleitorais de abril de 2014, e eventualmente o próprio apoio da comunidade internacional.
Importa não pôr em causa os resultados dos últimos 15 meses de governação, designadamente no sentido da reforma do setor da segurança, no combate à impunidade e na salvaguarda dos direitos de todos os cidadãos guineenses, pré-requisitos essenciais para que a Guiné-Bissau prossiga no caminho da paz, da boa governação democrática e do progresso socioeconómico.
O Governo Português nota positivamente o espírito de contenção até agora demonstrado pelas Forças Armadas da Guiné-Bissau e reitera a sua permanente solidariedade para com o povo guineense, que tem dado provas de notável maturidade democrática.