«As nossas previsões macroeconómicas mais recentes, apresentadas no Programa de Estabilidade, apontam para a aceleração gradual do crescimento económico nos próximos anos», afirmou a Ministra de Estado e das Finanças num jantar organizado pela Associação Portuguesa de Gestão e Engenharia Industrial, em Matosinhos.
Maria Luís Albuquerque acrescentou que «um crescimento impulsionado pelo relançamento do investimento, a par de um aumento robusto das exportações, permitindo uma melhoria sustentada das condições no mercado de trabalho».
Este «crescimento sustentado da economia portuguesa é um crescimento impulsionado pela abertura ao exterior», afirmou a Ministra, acrescentando que é «um crescimento que assenta na criação de valor no sector transacionável e, em particular, no sector exportador», devendo o mercado interno «crescer em reação e em proporção a essa criação de valor».
Fazendo um balanço da evolução da economia portuguesa desde a adesão ao euro, Maria Luís Albuquerque disse que «a principal lição para Portugal é a importância de apostar permanentemente na competitividade» pois «ficou claro que passar a competitividade para segundo plano e permitir um crescimento desproporcional dos sectores não-transacionáveis resulta num fenómeno de endividamento generalizado».
Com esta situação, que se verificou em 2011, «as principais funções dos agentes económicos são colocadas em causa – o sector privado é incapaz de criar riqueza e, sem riqueza, o sector público tem dificuldades em assegurar as funções de redistribuição, as funções que verdadeiramente lhe competem em matéria de Segurança Social, Saúde, Educação, Justiça, Segurança».
A Ministra referiu também que Portugal tem atraído «novas fontes de investimento estrangeiro provenientes da Ásia, da América e também da Europa» beneficiando o País também pela sua diversificação. Este «investimento direto estrangeiro não se circunscreve às necessidades de capital, que são óbvias e prementes», contribuindo «também para a construção de relações comerciais de longa duração que são fundamentais para a criação de emprego – sobretudo na nossa economia voltada para o exterior», como a portuguesa.
Contudo, a Ministra assinalou que o nível de endividamento público e privado é «pode pôr em causa todas as oportunidades se diminuirmos o empenho em resolvê-lo», pelo que é «decisivo manter o mesmo sentido de responsabilidade em matéria orçamental, e manter um enquadramento que permita um ritmo adequado de desalavancagem no sector privado. Ambos os processos estão já em curso, mas terão de prosseguir no futuro e continuarão a ser exigentes».