Assembleia da República, 13 novembro 2013
 
2013-11-13 às 15:21

OE2014 «TEM DE GARANTIR CONDIÇÕES PARA CONCLUIR PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA E ASSEGURAR A CONTINUIDADE DO AJUSTAMENTO»

«O Orçamento do Estado para 2014 [OE2014] é o primeiro do pós-troika» pelo que «tem de garantir as condições para a conclusão do programa de assistência económica e financeira e assegurar a continuidade do ajustamento no médio e longo prazo», afirmou a Ministra de Estado e das Finanças, Maria Luís Albuquerque, no debate na especialidade do OE2014, na Assembleia da República.

Lembrando que «nos últimos dois anos e meio, o esforço e a determinação dos portugueses permitiram alcançar importantes progressos na consolidação orçamental, no ajustamento externo, na capitalização do sistema bancário e na construção de uma economia mais competitiva», a Ministra sublinhou que «a credibilidade e a confiança conquistados já tiveram grande relevância […] mas assumem hoje um papel decisivo» pois «contribuem diretamente para a conclusão da estratégia de regresso aos mercados e para a recuperação gradual da autonomia financeira».

«Assim, mais do que nunca, é fundamental saber preservar estes ativos, e o primeiro passo é apresentar um Orçamento do Estado de exigência, para 2014, e para o futuro», acrescentou Maria Luís Albuquerque, explicando que «o Governo apresentou uma proposta que contém as medidas necessárias para cumprir os limites definidos para o próximo ano, e - ao mesmo tempo - considera as políticas de consolidação num horizonte mais alargado, com vista equilíbrio orçamental e à sustentabilidade das finanças públicas».

A Ministra realçou ainda que «uma das lições que devemos retirar desta crise é que sustentabilidade das finanças públicas assenta também na mudança de comportamentos e na criação de mecanismos que promovam a transparência orçamentais».

«É importante ter presente que os efeitos da indisciplina e da desorçamentação vão além do impacto concreto na trajetória do défice orçamental e da dívida pública» uma vez que «conduzem à perda de credibilidade e confiança, aumentando a vulnerabilidade do País. Foi o que aconteceu nas vésperas de 2011 e é o que pretendemos evitar no futuro», explicou.

«Portugal tem-se empenhado em corrigir o passado e em preparar um futuro melhor», afirmou Maria Luís Albuquerque, lembrando que «corrigimos os desequilíbrios mais prementes, avançámos no ajustamento, lançámos a recuperação da atividade económica e trabalhámos para assegurar a sustentabilidade das finanças públicas e a estabilidade financeira».

«Em 2011, Portugal esteve próximo da bancarrota. Em 2013, está no caminho do crescimento económico sustentado e da criação duradoura de emprego. Não é altura de recuar. É altura de continuar a encarar os desafios de frente», concluiu.

De entre as principais reformas no Estado que o Governo quer avançar em 2014, o Secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino, afirmou: «Temos outros dois programas: um dirigido ao Ministério da Educação, em particular ao corpo docente, e outro dirigido a um grupo profissional muito específico, inserido no âmbito dos estabelecimentos do Exército».

O Secretário de Estado acrescentou ainda que «estamos a fazer um levantamento junto de todos os Ministérios para identificar outras áreas para poderem ser lançados novos programas de rescisão». O objetivo do Governo é «abrir vários programas de rescisões durante o ano que vem, porque este instrumento tem corrido bastante bem, pelo que deve estar em permanente utilização», explicou.

Quanto aos resultados do programa lançado em 2013, em curso até ao final deste mês e dirigido a técnicos assistentes e operacionais, Hélder Rosalino afirmou: «Até ao momento, foram recebidos pelos serviços um pouco mais de dois mil pedidos que estão a ser avaliados».

Tags: educação, orçamento, economia, defesa, programa de assistência económica e financeira, finanças, défice, dívida, banca, competitividade, sustentabilidade, reforma do Estado, mercados