Fórum para a Competitividade, 18 setembro 2013
 
2013-09-18 às 22:11

«SINAIS DOS ÚLTIMOS MESES SÃO POSITIVOS E ENCORAJADORES» MAS «O PROCESSO DE AJUSTAMENTO NÃO ESTÁ CONCLUÍDO»

A Ministra de Estado e das Finanças afirmou que «os sinais dos últimos meses são positivos e encorajadores», «mas devem ser encarados com prudência», pois «o processo de ajustamento não está concluído e não termina com o fecho do Programa em junho de 2014». Maria Luís Albuquerque intervinha no encerramento do Fórum para a Competitividade, sobre o tema «Orçamento do Estado para 2014 - As políticas de crescimento, o investimento direto estrangeiro e as restrições orçamentais».

Referindo que «após dez trimestres consecutivos de recessão, o PIB português cresceu 1,1% no segundo trimestre de 2013 - o maior crescimento em cadeia da área do euro e da União Europeia», verificando-se também «uma ligeira recuperação da procura interna, em particular do Consumo e do Investimento», a Ministra acrescentou que «a taxa de desemprego, embora ainda demasiado elevada, registou uma diminuição no segundo trimestre».

Contudo, Maria Luís Albuquerque Sublinhou que o processo de ajustamento terá de prosseguir no período pós-troika, seguindo os eixos de atuação definidos no Programa de Assistência Económica e Financeira: «consolidação orçamental para colocar as finanças públicas numa trajetória sustentável; redução dos níveis de endividamento e consolidação da estabilidade financeira; e transformação estrutural dirigida ao aumento de competitividade, à promoção do crescimento económico sustentado e à criação de emprego».

A Ministra afirmou também que «o ritmo adequado de consolidação orçamental é um equilíbrio difícil» uma vez que «a decisão de ter mais défice tem de ser ponderada em termos do retorno que permite ou proporciona», bem como «em termos dos seus efeitos imediatos e das suas consequências futuras». «A margem de manobra é muito estreita» e lembrou que são os mercados que no fim vão determinar se é possível rever a meta do défice ou não.

Maria Luís Albuquerque referiu ainda que «no debate público assistimos com frequência à discussão sobre as metas do défice orçamental como se a mesma se resumisse ao que os nossos credores oficiais nos permitem atingir e ao que o Governo consegue negociar. Como se mais défice não significasse ainda mais dívida. Como se os mercados em que nos pretendemos financiarem pleno já no próximo ano fossem indiferentes à nossa capacidade para o sustentar».

«Um défice mais elevado pode criar a ilusão de minimizar o impacto de um cenário macroeconómico mais desfavorável na atividade económica e no emprego», mas «aumenta a pressão sobre a dívida pública», porque «o excesso de défice tem que ser financiado e porque mais financiamento implica mais juros».

A Ministra sublinhou também que para alcançar as metas orçamentais é necessário continuar a reduzir a despesa pública, «reduzir a despesa pública significa minimizar as despesas de funcionamento» - entre 2011 e 2012 a despesa, em consumos intermédios, diminuiu 1400 milhões de euros, representando uma redução de 16% face a 2010, recordou.

Tags: orçamento, programa de assistência económica e financeira, finanças, défice, dívida, despesa