Crescimento verde, 15 setembro 2014
 
2014-09-15 às 13:02

«PORTUGAL TEM TUDO PARA LIDERAR O CRESCIMENTO VERDE»

«Portugal tem tudo para liderar o crescimento verde», afirmou o Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Jorge Moreira da Silva, na apresentação do Compromisso para o Crescimento Verde, que agora entra em consulta pública, em Lisboa.

Lembrando que «há cerca de seis meses, foi apresentada a Coligação para o Crescimento Verde com a presença do Primeiro-Ministro», o Ministro acrescentou que, então, «o objetivo era perspetivar um modelo de desenvolvimento para o crescimento sustentável com metas quantificadas, para além de uma legislatura».

«Com a conclusão do memorando de entendimento, era necessário estabelecer uma centralidade que conciliasse a sustentabilidade com a competitividade», explicou Jorge Moreira da Silva, sublinhando que «o crescimento verde se associa à política industrial e ao ambiente».

Referindo-se ao compromisso para o crescimento verde, o Ministro afirmou que «existem três razões para priorizarmos este setor»:

  • Novos desafios globais - resultantes da pressão demográfica sobre os recursos naturais. Atualmente, o País tem uma dependência energética face ao exterior de 72%;
  • Política climática - Portugal é o 3.º melhor país do mundo nesta área, embora esteja, simultaneamente, sob um grande risco, devido à erosão costeira;
  • Economia verde - o crescimento verde como oportunidade económica, já que este é um setor que cresce à média de 4% ao ano e representa 2,5% do PIB europeu. No futuro, a procura de bens e serviços transacionáveis nesta área deverá disparar, pois o emprego verde aumentou 20% na Europa e 7,3% em Portugal, sendo impermeável aos efeitos da crise.

«Não há muitos sectores num mundo que cresçam ao ritmo do crescimento verde» realçou Jorge Moreira da Silva, lembrando que «este é um documento do Governo, embora liderado pelo Ministério do Ambiente, que assenta em quatro metas principais»:

  • Assegurar o crescimento económico nos sectores verdes;
  • Criar novos padrões de consumo e de produção mais eficientes, do ponto de vista energético;
  • «Esverdear» todos os sectores económicos, privilegiando uma vertente sustentável;
  • Colocar Portugal numa posição de liderança mundial no crescimento verde.

Com 13 objetivos, não apenas para esta legislatura, mas também para 2020 e para 2030, o compromisso para o crescimento verde lista 83 iniciativas agrupadas sob 10 pilares distintos: água, resíduos, agricultura e floresta, energia, transportes, indústrias extrativas, biodiversidade, cidades e território, mar e turismo.

«Para a semana, reúne-se em Nova Iorque a Assembleia Geral das Nações Unidas para uma conferência na área ambiental, e Portugal estará já em condições de apresentar as suas propostas preliminares», afirmou o Ministro, acrescentando que «o novo quadro de fundos comunitários (Portugal 2020) alocou 4 mil milhões de euros para investir na competitividade e no emprego verde».

Jorge Moreira da Silva referiu ainda que, a par dos programas comunitários, existem a nível transversal:

  • o Fundo para o Crescimento Verde - que agrega todos os fundos disseminados no setor sob uma gestão conjunta mais articulada;
  • a Reforma para a fiscalidade verde - reorientação da fiscalidade para a ecoeficiência para atingir um reforço do crescimento económico, criação de emprego e redução da dependência energética face ao exterior;
  • a inovação - tecnologias disruptivas essenciais para o crescimento verde;
  • o reforço do acesso pelos cidadãos aos desenvolvimentos nesta matéria - através do dispositivo iGeo;
  • a realização de compras públicas ecológicas.

«Este compromisso deverá beneficiar dos contributos de todos os partidos políticos e associações, porque o crescimento verde não é só ambiental, mas é também uma prerrogativa para reduzir o endividamento externo e crescer economicamente», afirmou também o Ministro.

Sublinhando que «é preciso criar um novo modelo de desenvolvimento, para o qual é fundamental que haja estabilidade legislativa», Jorge Moreira da Silva concluiu: «Vamos, pois, procurar celebrar um verdadeiro contrato para um desenvolvimento sustentável».

A proposta de Compromisso para o Crescimento Verde tem agora quatro meses para a discussão pública até à aprovação final, no início de 2015.

Tags: impostos, energia, crescimento, emprego, ambiente, inovação, competitividade, indústria, eficiência energética, recursos naturais, sustentabilidade, alterações climáticas, economia verde, portugal 2020