A Ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, afirmou a sua satisfação com o anúncio de que os agricultores vão poder obter empréstimos a juros baixos ao Banco Europeu de Investimento (BEI): é uma «boa notícia, porque uma das perplexidades que nós tínhamos neste setor era a razão de o Banco Europeu de Investimento não apoiar tradicionalmente o setor primário».
O Programa de Desenvolvimento Rural 2020 vai ser ajustado para beneficiar desta decisão do BEI e «trazer dinheiro mais barato», afirmou a Ministra que acrescentou que, acedendo a estes empréstimos, os agricultores deverão pagar uma taxa de juro de 1,6% a dez anos, esperando-se um investimento mínimo de 40 mil euros por projeto.
O Comissário europeu da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, Phil Hogan - que a Ministra acompanhava na visita à empresa Campotec, central hortofrutícola em Torres Vedras -, explicou que se trata de um fundo de garantia da segurança dos empréstimos a fornecer pelos bancos ou outros organismos, geralmente para 80% do valor do empréstimo.
Phil Hogan afirmou que a aplicação dos instrumentos financeiros em Portugal pode mobilizar até 400 milhões de euros sob a forma de novo investimento para a agricultura portuguesa, através da cooperação com o Banco Europeu de Investimento.
O Comissário deu como exemplo o caso da Roménia, cujo fundo de garantia ajudou a disponibilizar 426 milhões de euros em empréstimos, fornecendo apenas 116 milhões de euros como garantia, que beneficiaram 740 projetos e contribuíram para criar 10 mil postos de trabalho.
Os mecanismos financeiros poderão ser utilizados em Portugal para lançar grandes investimentos necessários para a reestruturação do setor leiteiro após o fim das quotas do leite, auxiliar jovens agricultores a realizar os primeiros investimentos essenciais e comprar equipamento mais eficiente em termos de recursos.