Agricultura, 23 janeiro 2015
 
2015-01-23 às 17:01

QUEBRA NA PRODUÇÃO DE AZEITE CAUSADA PELO MAU ANO DEVERÁ SER COMPENSADA PELO AUMENTO DO PREÇO NAS EXPORTAÇÕES

«O nosso azeite é vendido quase ao dobro daquilo que é o preço de compra do azeite para o mercado português», pelo que a quebra da produção causada pelo mau ano agrícola deverá ser compensada pelo aumento do preço nas exportações, afirmou a Ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, durante uma visita a um dos lagares da Sovena, em Ferreira do Alentejo.

Devido ao mau ano causado por «circunstâncias do clima que, depois, trouxeram outros problemas associados», nomeadamente uma praga de mosca da azeitona e a doença da gafa, estima-se que a quebra da produção de azeite ronde 20 ou 25%, embora os números concretos estejam ainda estão a ser recolhidos.

Contudo, «temos um azeite de primeiríssima qualidade e, quando comparamos o preço do azeite que exportamos e o preço do que importamos, verificamos que o nosso azeite tem um preço muito superior», referiu a Ministra, acrescentando que o preço pago ao produtor «está a subir significativamente», com aumentos de 40 a 50%.

A quebra pontual da produção não põe em causa a tendência para Portugal continuar a crescer neste setor, uma vez que a atual quebra deve-se apenas a circunstâncias «a que os agricultores estão habituados» e para as quais «estão preparados porque sabem que têm uma empresa a céu aberto», que depende do clima.

Assunção Cristas recordou que já há alguns anos que «atingimos a autossuficiência em valor no setor do azeite» e referiu os mais recentes dados estatísticos da balança comercial de Portugal, que mostram que, entre janeiro e novembro do ano passado, o défice agroalimentar do País diminuiu «em cerca de 609 milhões de euros», com o setor do azeite a contribuir «na casa dos 100 milhões de euros».

Assunção Cristas durante a visita teve oportunidade de conversar com alunos de uma escola do ensino básico de Ferreira do Alentejo e sensibilizou-os para os benefícios da dieta mediterrânica e de uma alimentação saudável, assistindo ainda a uma aula prática de culinária com o chefe Vítor Sobral.

Em Portugal, o grupo Sovena conta com mais de 10 milhões de oliveiras, espalhadas por mais de 10 mil hectares, distribuídos por 57 herdades e quintas.

 

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