A Ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, afirmou
que o Governo está preocupado com os produtores de carne afetados
pelo embargo russo e que vai discutir, em Bruxelas, a possibilidade
de o setor receber ajuda europeia.
Está prevista uma ajuda de 125 milhões de euros da União
Europeia (UE) para o setor hortícola dos países europeus, mas a
Ministra afirmou que «há outros interesses de Portugal, também,
noutras áreas».
Assunção Cristas referiu que no próximo Conselho de 5 de
setembro, vai ser discutido se «outros setores poderão vir a ser
apoiados» e mostrou preocupação relativamente ao setor da
carne, em particular, da carne de porco, e acrescentou que tem
estado a fazer um levantamento da situação em Portugal e a
conversar com as várias associações, que lhe vão dando nota das
dificuldades.
Assunção Cristas reconheceu que a ajuda aos agricultores da UE,
para minimizar as consequências do embargo de um ano decretado pela
Rússia a 07 de agosto, não é suficiente, pois «nada substitui um
mercado que já estava conquistado e que estava a ser muito fiel aos
produtos, nomeadamente portugueses», passando a solução por
procurar «alternativas de mercado».
O Governo, de acordo com a Ministra, tem vindo a trabalhar em
conjunto com a Agência para o Investimento e Comércio Externo de
Portugal (AICEP) para encontrar outros mercados que possam ficar
com as exportações que tinham como destino a Rússia.
A Ministra adiantou que o Governo tem estado a desenvolver «um
trabalho muito sistemático, aturado e permanente, em estreita
ligação com os setores, para abrir cada vez mais mercados fora da
própria UE, nomeadamente no Oriente, no Brasil, e no norte da
América».
Assunção Cristas proferiu estas declarações na deslocação à Ilha
dos Puxadoiros, em plena ria de Aveiro, onde teve a oportunidade de
observar novas formas de produção e revitalização de atividade
tradicionais das salinas.
O projeto que a Ministra visitou teve inicio há sete anos, e é
desenvolvido pela empresa Canal do Peixe, ocupando 35 hectares na
ria de Aveiro, onde estão incluídas oito marinhas, das quais apenas
uma se mantém em atividade, produzindo cerca de 130 toneladas de
sal por ano.
O projeto assenta essencialmente na salinicultura, assegurando
por métodos artesanais a produção de sal, flor de sal e salicórnia,
na aquacultura e no turismo de baixa densidade.
A empresa começou a produzir ostras na ria, num projeto que
representa um investimento de um milhão de euros e que conta com um
apoio do Programa Operacional Pesca 2007-2013 (PROMAR), de 570 mil
euros.